Como estou iniciando meus estudos no fascinante mundo da gramática, usarei este espaço para postagens relacionadas ao tema. Críticas, sugestões e discussões serão aceitas!

CITAÇÃO:
" A sintaxe tem sua economia interna, suas leis póprias. A essa grande senhora, sem a qual não pode passar, recorre o homem para realizar seu fascinante jogo na armação do pensamento."
Flávia de Barros Carone

domingo, 22 de janeiro de 2012

Esclarecendo algumas dúvidas

 Aproveitando as férias para cuidar do blog!!!

1. Espectador ou expectador?
Espectador é aquele que assiste a qualquer coisa - espectador de jogo, de desfile.
Expectador é aquele que tem esperança ou pretensão - ... ele sempre foi um expectador de melhores dias... 


2. Rapar ou raspar?
Rapar é cortar rente o pelo, pelar  -  rapar o rosto, as axilas, etc.
Raspar é gastar por atrito, desgastar  -  raspar a parede, raspar o bilhete de loteria.


3. Morada ou moradia?
Morada é a residência, a casa em que habitamos  -  A festa será em sua própria morada.
Moradia é o tempo durante o qual se morou ou se mora em algum lugar  -  Sua moradia na cidade é recente.


4. Olimpíada ou olimpíadas?
Olimpíada não são os jogos modernos,A Olimpíada eram os jogos disputados antes de Cristo, na cidade de Olympia na Grécia antiga, em honra de Zeus.
Olimpíadas são os jogos que começaram a ser disputados em 1896, em Atenas, que se realizam de quatro em quatro anos.


5. Genitor ou progenitor?
Genitor é o que gera; potanto, o pai.
Progenitor é o que procria antes do pai; portanto, o avô.

Fonte: Guia ortográfico e ortofônico - Sacconi

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pronomes Relativos

Aproveitando o feriadão para dar uma atualizada no blog!!
Pronomes relativos são extremamente importantes e muito usados por nós, são fundamentais à boa articulação de frases e textos. Possuem algumas regrinhas básicas nada complicadas.
São chamados relativos porque se referem a um termo anterior, de regra geral, um antecedente.
Os relativos podem ser:
1. Variáveis: o qual, a qual, os quais, as quais
                    cujo, cuja, cujos, cujas
                    quanto, quantos, quantas
2. Invariáveis:  que, quem, onde(aonde)
Há as formas que são pronomes relativos dependendo do uso:
        como: quando o antecedente dá ideia de modo, maneira ou forma.
ex: Não gostei da maneira como você criticou o autor.
         quando: quando o antecedente dá ideia de tempo.
ex: Carolina me ligou no dia quando visitei minha mãe.

O antecedente do  pronome relativo pode ser:
1. um substantivo  -  Procurei a caneca que ganhei da mamãe.
2. um pronome    -   Sempre foste tu que carregou o peso.
3. um adjetivo  -  É interessante que se compre mais suco.
4. um advérbio  -  Vamos , onde o clima é mais agradável.
5. uma oração(resumida pelo demostrativo "o")  -  Alugamos um quarto pequeno, o que me pareceu uma má idéia.

Os relativos podem ser acompanhados de preposição, dependendo da regência dos termos da oração:
ex:  ..... a que nos opunhamos. (opor-se a)
      ...... com que concordamos. (concordar com)
      ......  de que desconfiaram. (desconfiar de)
      .......  em que insistiam.  (insistir em)

Vou deixar o emprego e a função sintática dos relativos para amanhã!!!










          






                  
                   

domingo, 20 de março de 2011

Onde ou aonde?

Olá, hoje sobrou um tempinho para publicar umas dicas, espero que aproveitem.

Quando usar onde, donde e aonde:

Aonde  

Indica idéia de movimento.

ex:  Aonde devo ir para efetuar minha matrícula?
      
      Não sei aonde ir.


 Donde

Idéia de movimento, usada quando se vem de algum lugar.


ex :Donde vocês vieram?
     Donde vens, aonde vais?
   
Onde
Indica o lugar em que se está ou em que se passa um fato. Geralmente é usado com verbos que nos dão idéia de estado ou permanência. Usado em frases interrogativas também.

ex:  Onde você foi ontem?

      Não sei onde procurar.

 O uso incorrto de "onde" ocorre com muita frequência no discurso diário, veja:
ex: O cronograma do curso é um assunto para amanhã, onde discutiremos a ementa também. X errado, pois amanhã é tempo, e onde é usado para lugar.
 O certo seria:  O cronograma do curso é um assunto para amanhã, (dia) em que discutiremos a ementa também.

Onde é usado somente quando o lugar físico é mencionado. Mesmo que a idéia de lugar apareça, é incorreto usar onde.
ex: Tive um sonho onde meu pai brigava comigo.  X errado
 
     O certo seria:  Tive um sonho em que meu pai brigava comigo.


exemplo dos 3 tipos usados num único enunciado:

Algumas pessoas não determinam donde vem sua frustração, porque não sabem aonde vão os sentimentos, nem onde mora sua insatisfação.

Bom domingo a todos!!!

Esse ou Este?

Esse ou este para espaço sabemos muito bem como usar, não é? E quando falamos de tempo? Algumas dúvidas surgem. E quando se trata de enumerarmos esses termos em uma oração?  Aí a coisa aperta mesmo!!
Pois vamos as dicas.

1. espaço:

este  -  perto da pessoa que fala (locutor)
ex: Este livro é muito interessante. ( quem falou está com o livro perto dela)

esse - perto da pessoa com quem se fala (interlocutor)
ex: Essa tua camiseta é linda. ( a camiseta está com o ouvinte)

aquele  - longe de quem fala e com quem se fala (locutor e interlocutor)
 ex: Aquela casa foi reformada. (a casa está longe dos dois)


2. tempo

este  -  tempo atual
ex: Este ano vou estudar muito.

esse  -   tempo próximo, de preferência  passado recente
ex: Não tirei férias nesse verão.

aquele  -  tempo passado mais afastado
ex: Naquele ano do atentado de 11 de setembro, eu estava na Europa.

3. termos de uma oração

3a.  Série de termos

este  -  refere-se ao termo mais próximo, citado por último na oração
ex: Já estamos entrando no outono, nesta estação o clima é agradável.

esse  -   quando a oração tem  3 termos, refere-se ao penúltimo ( do meio)
ex:  Conheci três cidades gaúchas no final de semana passado: Caxias, Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, naquela comi uvas, nessa provei os queijos e nesta tomei muito vinho.

aquele  -  refere-se ao termo mais afastdo, o primeiro citado. obs: quando a oração possui 2 termos, usa-se aquele e este, o esse é eliminado.
ex: Gosto muito de ler Allan Poe e Dostoievski, aquele americano e este russo.
   
3b. idéias  

este  -  idéia que vamos mencionar
ex:   Pense nisto: gramática envolve raciocínio e não pura decoreba.

esse  -  idéia já mencionada
 ex:   Não estou de acordo com essa idéia que você mencionou.

Como vimos não é tão difícil!!!  Espero ter ajudado.










sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dicas Para Uso dos Porquês

Quando conseguimos colocar a palavra "razão" antes ou depois do PQ usamos 'por que' separado, sendo divido em 2 casos:
1 - antes de sinal de pontuação = por quê - separado e com acento
2 - sem sinal de pontuação = por que - separado e sem acento
ex:  Por que (motivo, razão) ela não veio?
     Ela não veio por quê? (motivo, razão)
     Se falarmos com ela saberemos por que (razão) não veio.
Quando não conseguimos colocar a palavra razão no texto teremos 3 casos:


3 - quando o PQ pode ser substituído por: pelo(a)(s) qual ((is), usamos por que, separado e sem acento.
    ex: Os problemas por que passou foram difíceis. (pelos quais)
4 - quando o PQ vier antecedido de - o, um, algum, este, meu - usa-se porquê - junto e com acento
    ex: Então esse é o porquê dele estar aqui.
5 - quando não for nenhum desses casos e o PQ estiver dando ou explicando a razão ou motivo usamos porque - junto sem acento
    ex: Ela não veio a aula porque seu pai está doente.
    
obs:  por que - busca a razão
      porque  - dá  a razão
ex:
Por que o Presidente solicitou a cessão de um horário na tv?- 2
   Será porque quer explicar o porquê das medidas? - 5 - 4
    Se falarmos com ele saberemos por que fez a solicitação. 2


Essas são algumas dicas para o uso dos Porquês, espero ter sido útil, quem quiser acrescentar algo esteja a vontade.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

História da Gramática ( continuação)

Dentre as gramáticas produzidas pelos romanos, a mais famosa foi a de Prisciano, que influencia a GT (Gramática Tradicional) até hoje.
Praticamente durante todo período medieval a gramática de Pisciano foi a adotada por estudiosos e professores. Os estudos linguísticos não tiveram muita produção neste período. Só por volta do séc. IX d. C. é que começam a aparecer textos escritos nas novas línguas vernáculas, dentre elas o português. Línguas estas que surgiram devido as variedades do latim falado e com a desintegração do império romano, fato que gerou contato com muitos outros povos.
Vernáculo é o nome que se dá à língua nativa de um país ou região. Na Europa ocidental as publicações de estudos científicos, religiosos ou filosóficos eram feitas em latim. Os escritos em outras línguas locais, como alemão, italiano espanhol eram denomidados escritos vernáculos, dando origem ao termo línguas vernáculas. 
Essas línguas floreceram nos anos seguintes com a poesia provençal, os romances de cavalaria e as obras de poetas como Dante, com a sua Divina Comédia. No século XV podemos dizer  que elas passaram a ser usadas fora dos mosteiros, quando comerciantes e governos as adotaram também. 
O latim permaneceu na escrita acadêmica até o séc. XVII, nas atividades diplomáticas até o séc. XVIII, nos rituais religiosos e na redação de documentos oficiais da Igreja Romana é usado até hoje.
Com todas essas mudanças, foi no séc. XVI que surgiu a necessidade de se realizar estudos dessas línguas, descrevê-las e registrar as formas de uso das mesmas, pois estavam se tornando línguas imperiais, principalmente o português e o espanhol.
Neste século escreveram-se as primeiras gramáticas, os dicionários e as resoluções ortográficas das novas línguas, a gramática de Prisciano serviu de modelo aos gramáticos.
A primeira gramática castelhana foi de Antônio de Nebrija em 1492, para, segundo ele, fixar e difundir a língua pelo império que começava a ser constituído.
A gramática mais famosa do português nesta época foi a de João de Barros, em 1540.
No séc. XX a ortografia se torna um assunto de Estado, como até hoje em dia, é o governo que fixa, modifica e impõe as leis ortográficas. O primeiro dicionário de português surgiu em 1562 e era português-latim-português, de autoria de Jerônimo Cardoso. Só em 1789 surgiu o primeiro dicionário de língua portuguesa, organizado por Morais e Silva.
O objetivo dessas primeiras gramáticas era fixar um padrão de língua a ser seguido, e era feito a partir da língua falada pela aristocracia e da escrita de autores clássicos. Cria-se então a norma padrão, a ser respeitada e seguida por todos. São as gramáticas chamadas normativas ou prescritivas, que ditam o que está certo ou errado.
A problemática em relação à norma padrão de uns anos pra cá reside justamente no aspecto arcaico da mesma. No início a norma foi formulada a partir e para uma elite, contudo, as mudanças socio econômicas com a industrialização e a urbanização deram a população acesso à escola, e esse modelo arcaico de língua já não é mais aceito. Essa é uma das razões da dicussão entre gramáticos tradicionais e linguístas atualmente.

Fonte: Carlos Alberto Faraco (linguísta)

Acho que as gramáticas devem sofrer modificações, na verdade já sofreram algumas, mas isso é assunto para outro dia!!!! Por ora queria apenas dar uma pequena visão da história de nossas gramáticas.

A principal intensão do blog é justamente estudar e expor as regras contidas nas grmáticas, pois elas são necessárias em várias ocasiões de nossas vidas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

História da Gramática

Segundo Travaglia quando falamos em gramática, podemos pensar em três elementos distintos.
Gramática como mecanismo interiorizado por qualquer falante de sua língua. É a gramática presente na mente, que o falante domina e usa para se comunicar.É a apresentada por Chomsky no gerativismo.


Gramática como aplicação dessa interiorização, a gramática descritiva, que nos mostra o uso da língua pelos falantes.

Gramática como conjunto de regras de utilização para determinada língua, a gramática normativa ou prescritiva.

O que nos interessa aqui é a gramática normativa, aquela que nos apresenta as normas de uso do português.
O estudo gramatical nesta concepção é bastante antigo, os babilônios já se dedicavam a este estudo por volta de 2.000 a.C., os hindus nos século IV a. C. também já se ocupavam dele, assim como os chineses.
A cultura greco-romana estudava a língua com o objetivo de aperfeiçoar os falantes nas questões políticas e jurídicas, surgindo daí a retórica. A arte de bem falar(retórica) surgiu da necessidade dos políticos, participantes de debates, desenvolverem habilidades na fala para expor argumentos e vencer disputas políticas. Os gregos notavam a diferença entre o grego clássico e o grego falado, e a diversidade de dialetos. Assim procuravam estabelecer um ideal de língua, fixando padrões de correção.
Os romanos incorporaram a Grécia a seus domínios, e por fim Alexandria, apossando-se assim dos estudos gramaticais desses povos. O latim padrão foi estabelecido através dessa concepção normativa da língua. Naquela época  estabeleceu-se a língua culta, que era privilégio da elite, imitar autores clássicos era o ideal línguistico. O objetivo de aprender o latim era falar corretamente em público e escrever. Os romanos produziram várias gramáticas e elas serviram de modelos para as gramáticas pedagógicas.


Parando por aqui hoje!


fonte: Carlos Alberto Faraco e Luiz Carlos Travaglia.